O BNDES registrou desembolsos de R$ 37,173 bilhões nos primeiros três meses deste ano, valor 52% acima do mesmo período do ano passado. O valor é recorde para o período. Nos últimos 12 meses, o volume chegou a R$ 168,683 bilhões, o melhor resultado nessa base de comparação desde novembro de 2010. O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, disse que o ano começou muito forte por causa dos aumentos de consultas realizadas ao banco no fim de 2012 e por sinais claros de retomada da economia. Ele afirmou também que os desembolsos em 2013 serão maiores que os de 2012, embora não tenha feito uma projeção.
— Queremos ampliar os desembolsos deste ano. Estamos fazendo uns ajustes porque queremos ampliar os desembolsos para a formação bruta de capital fixo e não de capital de giro, como ocorreu no ano passado — disse Coutinho.
Coutinho afirmou que a produção industrial de março deve ter registrado avanço entre 0,5% e 1%, fazendo com que a alta chegue a 0,7% no primeiro trimestre deste ano. O número oficial do IBGE, contudo, só será divulgado nas próximas semanas. Coutinho afirmou ainda que a produção industrial possa subir 3% neste ano, o mesmo valor esperado por analistas para o PIB (Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas no país). Otimista, ele acredita que o consumo no país continua aquecido e vê um cenário externo mais favorável que em 2012, com menos volatilidade e uma recuperação maior do comércio internacional.
— Todas as expectativas indicam que 2013 será um ano menbos ruim que foi 2012 — disse Coutinho.
Coutinho disse ainda que o investimento no Brasil deve subir 5% em 2013, embora acredite que o número possa ser superado. Ele disse que o BNDES “trabalha para isso”. Segundo o BNDES, o nível dos desembolsos “indica uma recuperação expressiva dos investimentos, com destaque para as liberações destinadas a máquinas e equipamentos e ao setor industrial”.
O BNDES destacou os desembolsos para micro, pequenas e médias empresas, que chegaram ao recorde de R$ 15,1 bilhões, aumentando 50% em relação aos três primeiros meses do ano passado. A indústria respondeu por 36% (R$ 13,5 bilhões) dos desembolsos totais, com forte alta de 109%. Os enquadramentos e as consultas fecharam o trimestre com queda de, respectivamente, 12% e 11%. Mesmo assim, o Banco disse que os números ruins “não indicam diminuição da disposição do empresariado em investir”. Na infraestrutura, os desembolsos somaram R$ 9,264 bilhões, alta de 25% sobre igual período do ano anterior.
Fonte: O Globo